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Papa Francisco sugere que a Igreja Católica está aberta a estabelecer uma data fixa para a Páscoa

réditos/Guglielmo Mangiapane
réditos/Guglielmo Mangiapane


O Papa Francisco voltou a discutir a possibilidade de estabelecer uma data fixa para a celebração da Páscoa, principalmente porque neste ano de 2025, todas as religiões cristãs celebrarão a Páscoa no dia 20 de abril por causa de uma coincidência no cálculo. O tema já tem sido debatido há décadas entre líderes religiosos e cristãos ao redor do mundo. Atualmente, a Páscoa é uma festa móvel, calculada com base em um sistema que combina o calendário lunar e o solar, resultando em uma variação de datas a cada ano.


Contexto Histórico

A data da Páscoa é determinada pelo Primeiro Concílio de Niceia (325 d.C.), que estabeleceu que a celebração ocorreria no primeiro domingo após a primeira lua cheia seguinte ao equinócio de primavera no hemisfério norte (geralmente em 21 de março). Esse cálculo faz com que a Páscoa oscile entre 22 de março e 25 de abril.


Proposta de Data Fixa

A ideia de uma data fixa para a Páscoa não é nova. Já foi discutida em várias ocasiões, inclusive durante o Concílio Vaticano II (1962-1965), mas nunca foi implementada. O Papa Francisco retomou o debate, sugerindo que a Páscoa fosse celebrada sempre no segundo ou terceiro domingo de abril. Essa proposta visa facilitar a coordenação de feriados e eventos relacionados, além de promover maior unidade entre as diferentes denominações cristãs.


Razões para a Mudança

  1. Unidade Cristã: Uma data fixa poderia aproximar as igrejas ocidentais (católicas e protestantes) e orientais (ortodoxas), que atualmente celebram a Páscoa em datas diferentes devido ao uso de calendários distintos (gregoriano e juliano).

  2. Facilidade Logística: Uma data fixa simplificaria o planejamento de feriados, férias escolares e eventos econômicos em muitos países.

  3. Modernização: A proposta reflete uma adaptação aos tempos modernos, onde a flexibilidade e a praticidade são valorizadas.


Desafios e Críticas

Apesar dos benefícios, a mudança enfrenta resistência. Alguns argumentam que a data móvel tem um significado histórico e teológico profundo, ligado à tradição judaica da Páscoa (Pessach) e à ressurreição de Jesus. Além disso, qualquer alteração exigiria um consenso entre as diferentes igrejas cristãs, o que pode ser difícil de alcançar.


Próximos Passos

O Papa Francisco tem enfatizado a importância do diálogo ecumênico para avançar nessa proposta. Ele sugeriu que a Igreja Católica poderia liderar o processo, mas qualquer decisão final precisaria do apoio de outras denominações cristãs. Enquanto isso, o debate continua, com líderes religiosos e fiéis ponderando os prós e contras de uma data fixa para a Páscoa.


Conclusão

A discussão sobre uma data fixa para a Páscoa reflete os esforços contínuos da Igreja Católica e de outras denominações cristãs para se adaptarem às necessidades do mundo moderno, mantendo ao mesmo tempo suas tradições e valores espirituais. Embora a mudança não seja iminente, o fato de o Papa Francisco estar aberto ao diálogo sugere que o tema permanecerá em pauta nos próximos anos.




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