Arquitetos Selvagens: Como 603 Espécies de Animais Remodelam os Ecossistemas da Terra
- thacianamariani
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
Estudo global revela o papel fundamental de centenas de espécies na construção e transformação de habitats naturais.

Um estudo recente identificou 603 espécies de animais que atuam como "engenheiros ecossistêmicos", modificando significativamente seus ambientes naturais. Essas espécies desempenham um papel crucial na criação, manutenção e destruição de habitats, impactando diretamente a biodiversidade e a estrutura dos ecossistemas.
O que são engenheiros ecossistêmicos?
Engenheiros ecossistêmicos são organismos que alteram o ambiente físico de maneira significativa, influenciando a disponibilidade de recursos para outras espécies. Essas modificações podem incluir a construção de estruturas, como represas ou tocas, ou a alteração da vegetação e do solo.
Exemplos notáveis
Castores: Conhecidos por construir represas que transformam cursos de água e criam zonas úmidas, beneficiando diversas outras espécies.
Elefantes: Ao derrubar árvores e abrir clareiras, eles moldam paisagens e facilitam o crescimento de novas plantas.
Formigas: Suas atividades de escavação aeram o solo e influenciam a distribuição de nutrientes.
Corais: Criam estruturas que servem de habitat para uma vasta gama de organismos marinhos.
Cupins: cujos montes são visíveis até mesmo por satélites.
Salmões: Durante a desova, nadam contra a correnteza e cavam ninhos no leito dos rios, chamados redds, deslocando pedras e sedimentos, isso altera a morfologia do fundo do rio e redistribui nutrientes, beneficiando plantas e outros peixes.
Minhocas: Escavam túneis no solo, o que melhora a aeração e a infiltração de água. Também redistribuem matéria orgânica, tornando o solo mais fértil.
Hipopótamos: Criam trilhas aquáticas e canais ao se moverem em rios e lagos. Também transportam nutrientes entre ambientes terrestres e aquáticos por meio de suas fezes.
Ostras: Constróem recifes naturais que protegem zonas costeiras contra erosão e oferecem habitat para diversos organismos marinhos.
Abelhas: Embora não modifiquem fisicamente a paisagem, sua atividade de polinização afeta diretamente a vegetação de uma região, o que pode influenciar a estrutura e função de todo um ecossistema.
Lagartos escavadores (como o teiú e o lagarto de língua azul): Criam tocas que servem de abrigo para várias outras espécies, inclusive para aves e pequenos mamíferos.
Pássaros carpinteiros: Escavam buracos em árvores para nidificar, e essas cavidades depois são reutilizadas por corujas, morcegos e outros animais.
Tatus e porcos-do-mato: Revolvem grandes áreas de solo ao procurar alimento, o que mistura camadas do solo, estimula a germinação de sementes e afeta a dinâmica da vegetação.
A presença desses engenheiros ecossistêmicos está associada a um aumento na riqueza de espécies e na heterogeneidade da paisagem. Ao modificar o ambiente, eles criam nichos ecológicos que permitem a coexistência de diversas formas de vida.
A perda de engenheiros ecossistêmicos pode levar a desequilíbrios ecológicos e à redução da biodiversidade. Portanto, a conservação dessas espécies é essencial para manter a saúde e a estabilidade dos ecossistemas.
O reconhecimento do papel dos engenheiros ecossistêmicos destaca a complexidade das interações ecológicas e a importância de cada espécie na manutenção dos ambientes naturais. Proteger essas espécies é fundamental para garantir a resiliência e a diversidade dos ecossistemas terrestres.
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