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Você sabia? Mel pode causar doença grave em bebês

Um doce inofensivo para adultos pode representar um perigo grave para crianças pequenas. Entenda o motivo da restrição e as recomendações médicas.


Foto ilustrativa IA
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O mel: um alimento natural, mas nem sempre seguro


O mel é considerado um alimento funcional: contém antioxidantes, vitaminas e minerais, além de ser usado há séculos como remédio natural para tosse e cicatrização. Para os adultos, ele é saudável e nutritivo. No entanto, quando falamos de crianças pequenas, especialmente as menores de 1 ano, a recomendação é clara: não oferecer mel em hipótese alguma.


O risco do botulismo infantil, o que é o Clostridium botulinum?


O motivo mais grave dessa restrição é a possibilidade de contaminação por Clostridium botulinum.


  • Bactéria encontrada no solo e em ambientes sem oxigênio.


  • Produz esporos resistentes, que podem estar presentes no mel, sem alterar sabor ou cheiro.


  • Em adultos e crianças maiores, a flora intestinal já consegue impedir que esses esporos se desenvolvam.


  • Já no bebê, o sistema digestivo ainda não está plenamente desenvolvido, tanto no que diz respeito à flora intestinal, quanto na acidez do estômago. Essas condições facilitam que os esporos germinem no intestino e produzam a toxina botulínica in situ (dentro do intestino). Esse quadro é o que chamamos de botulismo infantil.


  • A toxina botulínica é uma das toxinas mais potentes conhecidas.


O botulismo infantil é raro, mas extremamente perigoso. Ele pode causar prisão de ventre persistente, fraqueza muscular, dificuldade para sugar e até paralisia respiratória. Por isso, qualquer quantidade de mel pode representar risco.


Por que evitar até os 2 anos?


A maior parte das diretrizes médicas fala em não oferecer mel antes de 12 meses. No entanto, várias sociedades pediátricas, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), reforçam que o mel e outros açúcares devem ser evitados até os 2 anos de idade. O motivo não está apenas no risco de botulismo, mas também em fatores ligados à saúde futura:


  • Prevenção de cáries precoces

  • Redução do risco de obesidade e diabetes

  • Formação de hábitos alimentares mais saudáveis, já que a exposição precoce ao doce pode dificultar a aceitação de alimentos menos açucarados.


Como substituir o mel nos primeiros anos


Se a ideia é adoçar papinhas, mingaus ou chás, especialistas recomendam usar os próprios alimentos naturais:


  • Frutas maduras como banana, maçã, pera ou mamão trazem doçura natural e nutrientes.

  • Evitar adoçantes artificiais também é importante, pois não são indicados para essa faixa etária.

  • A introdução alimentar deve priorizar sabores puros, para que o bebê aprenda a apreciar o gosto natural dos alimentos.


A recomendação oficial

  • Menores de 1 ano: nunca oferecer mel.

  • De 1 a 2 anos: mesmo com menor risco de botulismo, é recomendável evitar mel e qualquer açúcar adicionado.

  • Após os 2 anos: o consumo pode ser feito de forma moderada, sempre com supervisão e em pequenas quantidades.


Embora o mel seja visto como natural e saudável, ele pode se transformar em um vilão silencioso para os bebês. O risco do botulismo infantil torna esse alimento proibido antes de 1 ano, e os prejuízos ligados ao açúcar justificam a restrição até os 2 anos. O melhor caminho é apostar em frutas e alimentos naturais para garantir uma alimentação segura e equilibrada.


Fontes científicas: MSD Manual, Anvisa



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