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Primeiro no mundo, Brasil integra cultura oceânica nas escolas

Com o lançamento do “Currículo Azul”, o Brasil se torna referência global ao inserir oficialmente a cultura oceânica na Base Nacional Comum Curricular.

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Em 9 de abril de 2025, o Brasil tornou-se o primeiro país do mundo a assinar um Protocolo de Intenções para incluir a literacia dos oceanos (ou Cultura Oceânica) em seu currículo escolar nacional, por meio do chamado Currículo Azul, reconhecido pela UNESCO e liderado pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC).


Um marco internacional


O evento de assinatura ocorreu em Brasília, no auditório do CNPq, durante o Fórum Internacional Currículo Azul: Experiências Internacionais em Educação e Cultura Oceânica para a Resiliência Climática, realizado nos dias 9 e 10 de abril de 2025. A iniciativa incorpora as diretrizes da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021‑2030). 


O que é o Currículo Azul

O currículo propõe integrar conteúdos relacionados ao oceano de forma transversal, em disciplinas como ciências, geografia, história e artes, abordando temas como regulação climática, biodiversidade marinha, poluição, economia azul e saberes culturais costeiros .


Liderança institucional

O protocolo foi assinado pela ministra Luciana Santos (MCTI) e pelo secretário-executivo do MEC, Gregório Grisa, com apoio da UNESCO–COI, universidades federais, governos locais e redes escolares .


Reconhecimento da UNESCO

Vidar Helgesen, secretário-executivo da Comissão Oceanográfica da UNESCO, afirmou que o lançamento do Currículo Azul representa “um momento de grande orgulho” e reforça o papel do Brasil como líder global na educação oceânica.Francesca Santoro, oficial sênior da COI UNESCO, destacou que o país “hoje é referência mundial em educação para os oceanos”.Ronaldo Christofoletti (UNIFESP / UNESCO) destacou que o Currículo Azul “nasce da escuta ativa e plural da sociedade brasileira” 


Ações e impactos imediatos

A agenda do fórum também incluiu o lançamento de importantes iniciativas:


  • A 5ª Olimpíada Brasileira do Oceano e a 2ª Olimpíada Internacional do Oceano, voltadas à mobilização estudantil nacional e internacional;


  • A formação de mais de 1 000 professores por meio do Curso de Cultura Oceânica promovido pela CAPES/MEC;


  • A criação de 10 clubes Oceânicos exclusivos para meninas, com investimento de cerca de R$ 1 milhão para promover equidade de gênero nas ciências oceânicas.


Além disso, o Programa Escola Azul já envolve mais de 100 mil alunos em 20 municípios e 4 estados que adotaram leis para a cultura oceânica em seus currículos.


 Implementação piloto: litoral e Amazônia Azul

  • Após a assinatura do Protocolo de Intenções em 9 de abril de 2025, o Brasil iniciou o esforço de implantação focando primeiramente em escolas de regiões litorâneas, sobretudo aquelas vinculadas à Amazônia Azul, como parte de um projeto piloto coordenado entre MEC, MCTI e UNESCO.


  • Em estados costeiros, municípios já atuaram na certificação de escolas com o Selo Escolas Azuis, como no caso de Pontal do Paraná (PR), que em junho de 2025 certificou todas as suas escolas públicas com o currículo integrado à cultura oceânica.


Expansão nacional prevista

  • A Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, junto às secretarias estaduais e municipais, iniciou em dezembro de 2024 um processo de sensibilização regional.


  • Em 2025 ocorreram os fóruns regionais (até março), seguidos de oficinas municipais e estaduais (até agosto) para identificar as especificidades locais e preparar a implementação da cultura oceânica em todas as redes de ensino do país.


  • Entre agosto e outubro de 2025, os relatórios regionais serão consolidados e colocados em consulta pública, e o documento final será apresentado na COP30 em Belém, em novembro, validando formalmente o processo nacional e definindo a estratégia de escala.

 

Com o Currículo Azul, o Brasil reafirma seu compromisso com a educação ambiental, científica e cidadã, preparando novas gerações para enfrentar os desafios climáticos e oceanográficos. A iniciativa consolida o país como modelo global em educação para sustentabilidade, sendo a primeira nação a transformar diretrizes da Década do Oceano em política pública concreta.




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