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O Soprar da História: Os Moinhos de Vento Persas Verticais que Ainda Giram Após Mil Anos

Na remota vila de Nashtifan, no nordeste do Irã, moinhos de eixo vertical feitos de barro, palha e madeira continuam funcionando, testemunho vivo da engenhosidade persa que desafiou o tempo.


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Nas areias do tempo, ergue-se Nashtifan, uma pequena vila iraniana cujo nome, que significa “o aguilhão da tempestade”, reflete os ventos impetuosos que varrem a região. Lá, moinhos de vento com mais de mil anos ainda continuam a moer grãos em farinha. Essas estruturas ancestrais, feitas de materiais naturais como barro, palha e madeira, demonstram não apenas uma tecnologia engenhosa adaptada ao ambiente, mas também uma resiliência contínua que inspira orgulho cultural e reverência histórica.


A Técnica e a Herança Cultural

Esses moinhos, conhecidos localmente como Asbads, utilizam um rotor de eixo vertical que aciona diretamente a pedra de moagem, um princípio engenhoso que dispensa engrenagens complexas. Feitos com materiais simples mas eficazes, atingem alturas de cerca de 20 metros (65 pés) e são construídos para capturar os ventos fortes e constantes da região, muitas vezes chegando a 120 km/h.


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O Guardião Solitário

Segundo relatos da National Geographic e outras fontes especializadas, Mohammad (ou Ali Mohammad) Etebari é atualmente o último guardião desses moinhos. Dedica sua vida a mantê-los girando, realizando reparos contínuos para que continuem operacionais, uma tarefa que se torna mais desafiadora diante da falta de interesse das novas gerações.


Restauração e Conservação

Nos últimos anos, iniciativas de restauração foram implementadas para preservar esses tesouros arquitetônicos. No condado de Khaf (província de Khorasan Razavi), foram restaurados cinco moinhos, três em Khaf e dois em Sangan, com trabalhos envolvendo escavação, recuperação de paredes, fundações e cobertura. Além disso, o Irã tem avançado nos esforços para inscrever os Asbads na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, com documentação em andamento desde 2017.


Os Asbads de Nashtifan são mais do que relíquias arquitetônicas; são símbolos vivos de uma tradição tecnológica que conectam o presente a um passado distante. No entanto, seu futuro está incerto. A continuidade dessa herança depende tanto de esforços institucionais, como restaurações e possível reconhecimento pela UNESCO, quanto da transmissão de conhecimento entre gerações. Que esse sopro milenar do vento continue a inspirar e rodar por muitos séculos mais.


Fontes: Tehran Times, National Geographic



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