O que acontece com o cérebro durante o déjà vu?
- thacianamariani

- 29 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de jun.
Entenda o que a ciência descobriu sobre essa sensação misteriosa

Você já teve a sensação de estar vivendo um momento exatamente igual a algo que já aconteceu, mesmo sabendo que é impossível? Isso é o déjà vu, expressão francesa que significa “já visto”. Ele é intrigante, breve e até hoje, não totalmente compreendido pela ciência.
Mas nos últimos anos, estudos de neurociência começaram a revelar pistas valiosas sobre o que acontece no cérebro quando esse fenômeno ocorre.
O que é o déjà vu, exatamente?
O déjà vu é uma sensação de familiaridade em relação a algo que claramente é novo. Pode ocorrer ao entrar em um lugar pela primeira vez, ouvir uma conversa ou realizar uma ação rotineira. A pessoa sente como se aquilo já tivesse acontecido antes, embora não consiga lembrar quando ou onde.
Estima-se que mais de 60% das pessoas já tiveram pelo menos um déjà vu na vida, sendo mais comum entre os 15 e os 25 anos.
As principais teorias científicas sobre o déjà vu
1. Erro de memória de curto prazo
Uma das teorias mais aceitas é que o déjà vu ocorre quando o cérebro confunde o presente com uma memória armazenada incorretamente. Em vez de processar a nova experiência como “nova”, ele a registra como algo já conhecido.
É como se o cérebro “salvasse” o arquivo duas vezes por engano, uma como novo e outra como antigo.
2. Descompasso entre os hemisférios cerebrais
Outra hipótese sugere que os dois hemisférios do cérebro processam informações com um leve atraso entre si. Se um hemisfério receber a informação milissegundos antes do outro, o segundo pode interpretar essa informação como algo já vivido.
Isso explicaria por que a sensação é tão breve e difícil de explicar.
3. Ativação do hipocampo e córtex temporal
O hipocampo, responsável pela formação da memória, e o córtex temporal medial, relacionado ao reconhecimento, parecem estar envolvidos no déjà vu.
Pesquisas com ressonância magnética mostraram que, durante episódios de déjà vu (em laboratório, simulados com realidade virtual), há ativação incomum nessas regiões, semelhantes às ativadas quando reconhecemos uma memória verdadeira.
O déjà vu é um "erro" do cérebro?
De certa forma, sim, mas não é um problema. Pelo contrário: os cientistas acreditam que o déjà vu é um sinal de que nosso sistema de detecção de falhas na memória está funcionando bem.
Ele pode ser o cérebro corrigindo uma percepção que foi brevemente interpretada de forma errada. Outros estudiosos o veem como um "reajuste" neural, uma espécie de reinicialização rápida da memória.
E se você tem déjà vu com frequência?
Déjà vu frequente não costuma ser um sinal de problema, especialmente se você for jovem e saudável. No entanto, em casos raros, episódios constantes podem estar ligados a:
Distúrbios neurológicos, como epilepsia do lobo temporal (onde o déjà vu é um dos sintomas).
Altos níveis de estresse ou privação de sono, que alteram o funcionamento da memória.
Se os episódios forem acompanhados de desmaios, alucinações ou confusão mental, é recomendável buscar avaliação médica.
O déjà vu ainda é um mistério em partes, mas a ciência já entende que ele está profundamente ligado à forma como o cérebro processa, armazena e interpreta a memória.
Ele revela que nosso sistema cerebral é incrivelmente complexo e, às vezes, pode até “enganar” a si mesmo por milissegundos.
Sentir déjà vu, então, é mais do que um momento estranho: é um vislumbre do funcionamento profundo da nossa mente.
Todas essas descobertas foram baseadas em estudos científicos com fMRI, EEG e teoria cognitiva,consultando fontes como PubMed, Neuroscience News, Health.com, Verywell Mind, BBC Science Focus, Wikipedia e relatos no Reddit



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