Maternidade da Píton: Um Instinto Raro e Fascinante no Reino dos Répteis
- thacianamariani
- 8 de mai.
- 2 min de leitura
Descubra como a píton desafia os padrões da maternidade reptiliana ao proteger e aquecer seus ovos com dedicação surpreendente.

Quando pensamos em répteis, é comum imaginar animais frios e pouco envolvidos com a criação de seus filhotes. No entanto, a píton quebra esse estereótipo com um comportamento maternal impressionante e único entre as serpentes. Diferente da maioria dos répteis que simplesmente abandonam seus ovos após a postura, a píton cuida deles com dedicação surpreendente.
Postura e Ninho: O Início da Jornada
As fêmeas de píton, como a píton-real, píton-reticulada ou píton-birmanesa, colocam entre 20 a 100 ovos, dependendo da espécie e do tamanho da mãe. A postura costuma ocorrer em um local seguro, quente e protegido, como buracos no solo, cavernas, ou troncos ocos.
Assim que os ovos são postos, a fêmea se enrola ao redor deles, formando um ninho com seu próprio corpo. E aí começa a verdadeira surpresa da maternidade das pítons.
Aquecimento Corporal: Uma Mãe que “Choca” os Ovos
A píton é uma das únicas cobras capazes de gerar calor corporal temporário, num processo chamado termogênese muscular. Ela contrai rapidamente os músculos, mesmo sem se mover, para aquecer os ovos quando a temperatura ambiente cai.
Essa dedicação pode durar entre 50 a 90 dias, até que os ovos eclodam. Durante esse período:
A mãe quase não se alimenta, para não se afastar dos ovos.
Ela protege os ovos de predadores, como lagartos, roedores e outras cobras.
Em algumas espécies, como a píton-africana, a mãe pode até mudar de posição ao longo do dia para captar mais calor do sol e repassá-lo ao ninho.
Nascimento: A Separação Natural
Quando chega a hora, os filhotes usam um “dente de ovo” (uma estrutura temporária) para romper a casca e emergir. Diferente das aves, os filhotes de píton já nascem totalmente formados e independentes.
Logo após o nascimento, a mãe abandona os filhotes, pois seu papel como cuidadora termina ali. Os jovens já são capazes de se defender e caçar pequenos animais desde os primeiros dias.
Por que esse comportamento é tão especial?
A maternidade das pítons é considerada rara entre os répteis por vários motivos:
A proteção prolongada dos ovos é incomum entre cobras.
A capacidade de regular a temperatura do ninho com o próprio corpo é um exemplo notável de evolução.
Esse cuidado aumenta muito a taxa de sobrevivência dos filhotes, especialmente em ambientes selvagens.
Curiosidades Extras
Algumas espécies podem agredir quem se aproxima do ninho, inclusive humanos.
A píton não choca os ovos com calor corporal constante como uma galinha, ela só ativa a termogênese quando necessário.
Em cativeiro, é comum que criadores removam os ovos para incubação artificial, mas isso só é possível graças ao conhecimento desse comportamento natural.
A maternidade das pítons é uma prova de que até animais de sangue frio podem demonstrar comportamentos complexos e protetores. Esse cuidado com os ovos é essencial para a continuidade da espécie e mostra que a natureza está cheia de surpresas, até mesmo entre as criaturas mais temidas.
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