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Marcapasso Invisível Pode Salvar Bebês Sem Cirurgia

Atualizado: 2 de jul.

Imagine um marcapasso menor que um grão de arroz, capaz de ser implantado sem cirurgia e que desaparece sozinho do corpo após o uso. Pode parecer ficção científica, mas essa tecnologia já é realidade.


Getty Images
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Pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, desenvolveram o menor marcapasso já criado até hoje. Com apenas 3,5 mm de comprimento e 1 mm de espessura, o dispositivo pode ser injetado no corpo com uma simples seringa, sem a necessidade de procedimentos invasivos.


Para todos os corações — mas com foco nos recém-nascidos

Embora o marcapasso possa ser usado em corações de qualquer tamanho, inclusive em adultos, ele foi especialmente projetado para recém-nascidos com cardiopatias congênitas, uma condição que afeta cerca de 1% dos bebês no mundo, independentemente de fatores socioeconômicos.


O dispositivo é ideal para uso temporário, principalmente após cirurgias cardíacas em que o coração precisa de ajuda para manter o ritmo nos primeiros dias de recuperação.


Como funciona?

O sistema é composto por duas partes:

  1. O marcapasso injetável, posicionado diretamente no coração.

  2. Um adesivo, colocado no tórax do paciente.


Esse aparelho externo monitora o ritmo cardíaco em tempo real. Se detectar uma arritmia, envia pulsos de luz infravermelha que atravessam a pele, o osso e os músculos, ativando o marcapasso e corrigindo o batimento.


Além disso, o dispositivo não possui fios nem bateria tradicional. Ele é alimentado por uma célula galvânica — um pequeno sistema que gera energia ao entrar em contato com os fluidos corporais.


Dissolução natural após 7 dias

Um dos pontos mais inovadores está na biodegradabilidade do marcapasso. Após cerca de sete dias, tempo suficiente para o coração se estabilizar por conta própria, o material se dissolve naturalmente no corpo. Isso elimina a necessidade de cirurgias para retirá-lo, reduzindo riscos e melhorando a recuperação.


Benefícios para bebês com cardiopatias

Segundo especialistas, muitos recém-nascidos com problemas cardíacos precisam de marcapassos temporários, mas suas estruturas corporais frágeis e veias estreitas dificultam o uso das tecnologias convencionais. Além disso, o transporte de bebês até centros especializados pode levar tempo — e esse marcapasso inovador pode salvar vidas nesse trajeto.

“Essa tecnologia representa um avanço gigantesco no tratamento de arritmias em recém-nascidos. A possibilidade de oferecer estimulação cardíaca segura, eficiente e sem invasão cirúrgica muda completamente o cenário”, afirma o cardiologista Herbert Lima Mendes, do Idomed.

Testes e futuro da tecnologia

O marcapasso já foi testado com sucesso em modelos animais. Ainda em fase de validação para uso clínico, a expectativa é que chegue aos hospitais em breve — oferecendo uma alternativa mais segura e menos dolorosa ao que existe hoje.

Atualmente, os marcapassos mais comuns ainda são os transvenosos com fios, que precisam ser retirados por cirurgia. Versões mais modernas, como o Micra, da Medtronic, já dispensam cabos, mas ainda não são indicadas para bebês recém-nascidos.


Uma revolução que pode alcançar todos

Embora o foco inicial seja em neonatologia, a versatilidade do novo marcapasso — que pode ser distribuído em diferentes regiões do coração e controlado por luz de forma independente, também abre portas para aplicações em adultos, especialmente em casos temporários de arritmia.


A expectativa é de que essa inovação transforme não só a cardiologia pediátrica, mas a forma como tratamos o coração em diferentes fases da vida.


Gostou da novidade? Essa tecnologia ainda está em testes, mas já está mudando a forma como enxergamos a medicina do futuro. Acompanhe o blog para mais descobertas incríveis da ciência e da saúde!


As informações foram obtidas a partir de pesquisas publicadas pela Universidade Northwestern e reportagens recentes em veículos especializados em saúde e tecnologia médica.



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