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Descoberta de uma forma de vida sob o gelo da Antártica

Atualizado: 25 de ago.

O Lago Enigma, localizado na Antártica e coberto por gelo permanente, abriga formas de vida surpreendentes que desafiam as expectativas dos cientistas.


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Mapa base composto por um mosaico de imagens GeoEye-1 (dados da Agência Espacial Europeia).

Coordenadas projetadas em UTM58S (WGS84)


Por muitos anos, os pesquisadores acreditaram que o Lago Enigma, na Antártica, estava completamente congelado. No entanto, após anos de estudo, uma equipe internacional descobriu que, sob a espessa camada de gelo, existe um ecossistema próspero.


Eles conseguiram comprovar que a água sob o gelo permanece líquida, com uma profundidade que pode chegar a 12 metros. Essa descoberta desafia as concepções anteriores e abre novas possibilidades para o estudo da vida em condições extremas.


O Lago Enigma está situado entre dois glaciares, em um ambiente extremamente hostil, onde as temperaturas médias atingem -14°C, com mínimas de até -40,7°C. O uso de radares de penetração no solo revelou a presença de uma massa de água líquida sob a superfície congelada. Essa descoberta desafia nosso entendimento sobre as condições necessárias para a vida, pois demonstra que, mesmo em ambientes tão extremos, pode existir um ecossistema ativo.


As perfurações realizadas em 2019 e 2020 permitiram a extração de amostras de água do Lago Enigma, revelando a presença de micro-organismos. Essas bactérias pertencem a famílias pouco estudadas, como Actinomycetota e Pseudomonadota. Os pesquisadores também identificaram as Patescibacteria, um grupo de bactérias extremamente pequenas, conhecidas por seu genoma reduzido, células diminutas e atividade metabólica única.



A descoberta desse ecossistema em um lago congelado há milhões de anos levanta várias questões. Os cientistas sugerem que, no passado, o lago abrigava uma vida mais abundante antes de ser coberto por gelo. Atualmente, apenas alguns micro-organismos sobreviveram a essa transformação, originando as formas de vida que foram documentadas.


O Lago Enigma é particularmente intrigante porque, ao contrário de outros lagos antárticos, parece ter uma fonte oculta de água que explica sua persistência. Alguns pesquisadores apontam o glaciar Amorphous como possível responsável pelo abastecimento de água do lago, embora essa teoria ainda precise ser confirmada.


O estudo também revelou que a água do Lago Enigma possui uma composição química estável, o que levanta questões sobre como ela se mantém intacta, apesar de seu isolamento por milhões de anos. Os pesquisadores continuam explorando a região para entender melhor como um ecossistema pode sobreviver em condições tão extremas.


O Lago Enigma pode oferecer pistas valiosas sobre a evolução da vida na Terra e, possivelmente, em outros planetas com ambientes igualmente inóspitos. Ao investigar esse ecossistema subglacial, os cientistas buscam compreender os limites da vida e sua capacidade de adaptação a ambientes extremos.


As descobertas feitas nesse lago também nos lembram que a vida pode persistir em locais inesperados, o que abre novas possibilidades para a pesquisa de micro-organismos extremófilos e suas incríveis habilidades de sobrevivência em ambientes cada vez mais desafiadores.



O que são as Patescibacteria?


As Patescibacteria são um grupo de micro-organismos pertencentes a um super-reino bacteriano único. Seu nome é derivado de sua estrutura celular extremamente simples e seu tamanho microscópico.


Essas bactérias se caracterizam por um genoma reduzido, o que limita suas funções biológicas. Elas frequentemente dependem de interações com outros organismos para sobreviver, adotando modos de vida simbióticos ou parasitários.


Encontradas em ambientes extremos, como os lagos glaciares da Antártica, as Patescibacteria têm a capacidade de prosperar em condições desafiadoras, o que as torna um campo de estudo importante para entender os limites da vida na Terra.


A descoberta das Patescibacteria no Lago Enigma revela a notável resistência dessas bactérias e destaca o papel crucial que desempenham nos ecossistemas aquáticos isolados.


Fonte: Gismodo Brasil





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