Cães Farejadores: O Olfato Canino na Detecção de Doenças Humanas
- thacianamariani
- 14 de abr.
- 2 min de leitura
A habilidade de detectar doenças está presente em todos os cães, graças ao olfato superdesenvolvido deles. No entanto, apenas cães treinados conseguem identificar doenças com precisão e de forma consistente.

Todos os cães têm potencial, até o seu cãozinho de casa pode perceber que "algo está diferente" em você, seja um cheiro incomum, uma mudança no humor ou no comportamento. Muitos tutores relatam que seus pets ficaram mais próximos ou inquietos antes de descobrirem uma doença.
Mas o treino é o diferencial, cães usados em pesquisas ou como "cães médicos" passam por um treinamento rigoroso. Eles aprendem a reconhecer cheiros específicos relacionados a doenças, como certos compostos na urina, suor, saliva ou respiração.
Raças como Labrador, Pastor Alemão e Cocker Spaniel, são as mais utilizadas nesses programas, mas qualquer cão com bom olfato, foco e vontade de agradar pode ser treinado.
Alguns cães conseguem detectar níveis de açúcar no sangue de seus tutores diabéticos sem nunca terem sido treinados, apenas por convivência e sensibilidade!
Cães possuem um olfato extraordinariamente sensível, com cerca de 220 milhões de células olfativas, em comparação às 5,5 milhões dos humanos. Essa capacidade permite que eles detectem compostos orgânicos voláteis (COVs) liberados pelo corpo humano, cujas concentrações e composições variam conforme o estado de saúde da pessoa. Alterações nesses COVs podem indicar a presença de doenças, e os cães são capazes de percebê-las com notável precisão.
Doenças Detectadas por Cães
Malária: Pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, demonstraram que cães podem identificar a malária ao cheirar meias usadas por crianças infectadas, com 70% de precisão.
Câncer de Próstata: Estudos indicam que cães treinados podem detectar câncer de próstata por meio do cheiro da urina dos pacientes, com mais de 90% de precisão.
Covid-19: Na Alemanha, cães farejadores foram treinados para detectar a Covid-19 em amostras de saliva humana, alcançando uma precisão de 94%.
Diabetes: Cães treinados podem identificar alterações nos níveis de glicose no sangue de pacientes diabéticos, detectando picos de açúcar por meio da respiração ou do suor.
Doença de Parkinson: Pesquisas sugerem que cães podem detectar a doença de Parkinson ao cheirar a pele de indivíduos, mesmo antes do aparecimento dos sintomas clínicos.
Câncer de Mama: No Reino Unido, cães estão sendo treinados para reconhecer o câncer de mama por meio da respiração dos pacientes, facilitando o diagnóstico precoce.
Implicações e Futuro
A utilização de cães na detecção de doenças oferece uma abordagem não invasiva, rápida e econômica para o diagnóstico precoce. Embora atualmente sejam considerados ferramentas auxiliares nos métodos de diagnóstico médico, há potencial para que desempenhem papéis mais centrais no futuro. É fundamental, contudo, garantir o bem-estar dos animais envolvidos e considerar as implicações éticas de seu uso em larga escala.
O olfato canino, portanto, não só fortalece o vínculo entre humanos e cães, mas também representa uma promissora fronteira na medicina diagnóstica.
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