top of page

Cuidado! Baixa hidratação pode estar deixando você mais estressado sem perceber

Novo estudo mostra que beber menos de 1,5 litro de água por dia pode aumentar em até 55% os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.


ree

Beber água vai muito além de matar a sede, pode ser um fator determinante na forma como o corpo lida com o estresse. Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Liverpool John Moores University (Reino Unido) mostrou que a baixa ingestão de líquidos pode elevar em até 55% a liberação de cortisol, o hormônio conhecido como marcador do estresse. Os achados reforçam a importância da hidratação não apenas para a saúde física, mas também para o equilíbrio mental e emocional.


  • O cortisol é conhecido como o “hormônio do estresse” — ele é liberado em resposta a situações de tensão e tem papel importante no metabolismo, imunidade, regulação de glicose, entre outros.

  • A desidratação leve ou moderada, mesmo sem sintomas fortes como sede intensa, pode ter impactos fisiológicos sutis.


O estudo


  • Realizado pela Liverpool John Moores University (LJMU), publicado no Journal of Applied Physiology.


  • Participantes: adultos saudáveis. Eles foram divididos em dois grupos com base no consumo habitual de líquidos:


    1. Baixa ingestão de líquidos - menos de 1,5 litro de líquidos por dia (água, bebidas quentes etc.).


    2. Ingestão adequada de líquidos - atingindo ou ultrapassando recomendações típicas de hidratação.


  • Procedimento: os participantes foram submetidos a um teste de estresse (laboratorial) para observar a resposta do cortisol.


Principais achados


  • Pessoas com baixa ingestão de líquidos tiveram uma resposta de cortisol ao estresse mais de 50% superior em comparação com as que estavam bem hidratadas.


  • Mesmo sem diferenças significativas em ansiedade percebida ou batimentos cardíacos entre os grupos, o grupo menos hidratado teve picos de cortisol muito maiores.


  • Eles também observaram que sinais de má hidratação apareceram mesmo sem vontade muito forte de beber água: urina mais escura e concentrada.


Outras evidências de suporte


  • Uma meta-análise examinou vários estudos sobre hipohidratação aguda (ou seja, perda de água corporal moderada) e viu aumento significativo nos níveis de cortisol medido no soro ou na saliva.


  • Em média, houve um aumento de ~43,8 nmol/L de cortisol sérico para cada 1% de perda de massa corporal por desidratação, nos estudos avaliados.


Limitações


  • Amostra relativamente pequena no estudo da LJMU (32 pessoas divididas em dois grupos).


  • O teste de estresse foi feito em situação controlada de laboratório; não sabemos ainda como isso se traduz no dia a dia de cada pessoa (trabalho, casa, condições climáticas, etc.).


  • Hidratação foi medida com base no consumo habitual de líquidos e alguns sinais externos (urina, etc.), mas não se aprofundou em todos os marcadores internos de desidratação ou estado hormonal pré-existente.


  • “Mais de 50%” no caso do estudo refere-se à resposta de cortisol ao estresse, e não necessariamente a níveis basais de cortisol o tempo inteiro. Ou seja: o aumento aparece quando o corpo é desafiado por estresse.


Implicações práticas


  • Beber menos de ~1,5 litros de fluidos por dia pode deixar o corpo mais suscetível a reações exageradas ao estresse.


  • Manter hidratação adequada pode ser uma estratégia relativamente simples para ajudar a regular a resposta ao estresse, possivelmente reduzindo impactos negativos a longo prazo na saúde (como inflamação, risco cardiovascular, etc.).


  • Ficar atento a sinais sutis: cor da urina, sede moderada, sensação de cansaço ou irritabilidade leve podem ser pistas de hidratação insuficiente.


Este estudo fortalece a ideia de que hidratação vai além de evitar sede, ela influencia como o corpo responde ao estresse. A elevação de cortisol associada à baixa ingestão de líquidos pode ter efeitos cumulativos sobre saúde física e mental.


Fonte: Daniel S. Kashi et al


Comentários


bottom of page