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O Que Era “Normal” Agora Pode Ser Febre, Segundo Nova Diretriz Pediátrica

Atualizado: 25 de jul.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revisou os limites que definem febre em pediatria: crianças com temperatura axilar de 37,5 °C já são consideradas febris. A medida visa aprimorar a triagem clínica e melhorar a conduta médica precoce.


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A partir de junho de 2025, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) passou a adotar uma nova referência para a febre em crianças: temperatura axilar igual ou superior a 37,5 °C já caracteriza um estado febril. A mudança foi anunciada no Manual de Atualização em Sinais Vitais e Febre, lançado pela entidade, e visa padronizar diagnósticos e condutas em pronto-atendimento pediátrico, além de orientar melhor os pais sobre o que realmente merece atenção.


O que mudou?


Antes da atualização, a febre era geralmente considerada a partir de:

  • 37,8 °C (axilar)

  • 38,0 °C (oral ou timpânica)


Com a nova diretriz, a febre passa a ser considerada quando:

  • ≥ 37,5 °C na axila

  • ≥ 38,0 °C no reto


Essa reclassificação vale somente para crianças e tem como foco evitar atrasos no diagnóstico de quadros infecciosos, sobretudo em lactentes, crianças imunossuprimidas ou com doenças crônicas.


Por que a mudança?


De acordo com a SBP, a alteração se baseia em evidências científicas recentes e em uma maior compreensão sobre a fisiologia da febre em crianças. Especialistas apontam que a faixa entre 37,5 °C e 37,8 °C já pode indicar processos infecciosos relevantes, especialmente nos mais novos.


Segundo o documento técnico da SBP:


“A reavaliação dos critérios de febre considera a importância clínica de sinais precoces de infecção em pediatria, principalmente em menores de 3 anos.”


Outro fator que influenciou a mudança foi a discrepância entre diferentes protocolos hospitalares, levando à necessidade de unificação da conduta em serviços de emergência pediátrica em todo o país.


O que os médicos devem observar agora


Com a nova classificação, os pediatras são orientados a considerar 37,5 °C axilar como limiar clínico para febre, e devem avaliar:


  • Mudanças de comportamento da criança (irritabilidade, sonolência, apatia)

  • Histórico de exposição a agentes infecciosos

  • Presença de outros sintomas associados (tosse, vômitos, dificuldade respiratória, dor)


Além disso, a SBP recomenda não medicar apenas pela temperatura, mas sim conforme o estado geral da criança e o risco clínico envolvido.


E os pais, o que precisam saber?


A SBP destaca que a febre não é uma doença, mas um sintoma, e alerta:


  • Temperaturas entre 37,5 °C e 38 °C axilar já podem indicar que o corpo está reagindo a alguma infecção.


  • Febre em bebês com menos de 3 meses sempre exige avaliação médica imediata.


  • A automedicação com antitérmicos só deve ser feita com orientação médica, especialmente em crianças pequenas.


A recomendação é que os pais observem o comportamento geral da criança e busquem atendimento se houver sinais de agravamento, mesmo que a febre pareça baixa.


Febre x Temperatura: o novo padrão

Tipo de medição

Antes da atualização

Após atualização SBP

Axilar (mais comum)

Febre ≥ 37,8 °C

Febre ≥ 37,5 °C

Retal

Febre ≥ 38,0 °C

Mantido

Oral/Timpânica

Febre ≥ 37,8–38 °C

Mantido


A nova classificação da febre infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria representa um importante avanço para a precocidade diagnóstica e segurança clínica na pediatria. Ao considerar febre a partir de 37,5 °C, a entidade visa diminuir a subestimação de infecções e reforçar o papel da avaliação clínica cuidadosa, além de unificar critérios entre profissionais e orientar melhor os cuidadores.


Fontes: SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria



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