O Que Era “Normal” Agora Pode Ser Febre, Segundo Nova Diretriz Pediátrica
- thacianamariani

- 18 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de jul.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revisou os limites que definem febre em pediatria: crianças com temperatura axilar de 37,5 °C já são consideradas febris. A medida visa aprimorar a triagem clínica e melhorar a conduta médica precoce.

A partir de junho de 2025, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) passou a adotar uma nova referência para a febre em crianças: temperatura axilar igual ou superior a 37,5 °C já caracteriza um estado febril. A mudança foi anunciada no Manual de Atualização em Sinais Vitais e Febre, lançado pela entidade, e visa padronizar diagnósticos e condutas em pronto-atendimento pediátrico, além de orientar melhor os pais sobre o que realmente merece atenção.
O que mudou?
Antes da atualização, a febre era geralmente considerada a partir de:
37,8 °C (axilar)
38,0 °C (oral ou timpânica)
Com a nova diretriz, a febre passa a ser considerada quando:
✅ ≥ 37,5 °C na axila
✅ ≥ 38,0 °C no reto
Essa reclassificação vale somente para crianças e tem como foco evitar atrasos no diagnóstico de quadros infecciosos, sobretudo em lactentes, crianças imunossuprimidas ou com doenças crônicas.
Por que a mudança?
De acordo com a SBP, a alteração se baseia em evidências científicas recentes e em uma maior compreensão sobre a fisiologia da febre em crianças. Especialistas apontam que a faixa entre 37,5 °C e 37,8 °C já pode indicar processos infecciosos relevantes, especialmente nos mais novos.
Segundo o documento técnico da SBP:
“A reavaliação dos critérios de febre considera a importância clínica de sinais precoces de infecção em pediatria, principalmente em menores de 3 anos.”
Outro fator que influenciou a mudança foi a discrepância entre diferentes protocolos hospitalares, levando à necessidade de unificação da conduta em serviços de emergência pediátrica em todo o país.
O que os médicos devem observar agora
Com a nova classificação, os pediatras são orientados a considerar 37,5 °C axilar como limiar clínico para febre, e devem avaliar:
Mudanças de comportamento da criança (irritabilidade, sonolência, apatia)
Histórico de exposição a agentes infecciosos
Presença de outros sintomas associados (tosse, vômitos, dificuldade respiratória, dor)
Além disso, a SBP recomenda não medicar apenas pela temperatura, mas sim conforme o estado geral da criança e o risco clínico envolvido.
E os pais, o que precisam saber?
A SBP destaca que a febre não é uma doença, mas um sintoma, e alerta:
Temperaturas entre 37,5 °C e 38 °C axilar já podem indicar que o corpo está reagindo a alguma infecção.
Febre em bebês com menos de 3 meses sempre exige avaliação médica imediata.
A automedicação com antitérmicos só deve ser feita com orientação médica, especialmente em crianças pequenas.
A recomendação é que os pais observem o comportamento geral da criança e busquem atendimento se houver sinais de agravamento, mesmo que a febre pareça baixa.
Febre x Temperatura: o novo padrão
Tipo de medição | Antes da atualização | Após atualização SBP |
Axilar (mais comum) | Febre ≥ 37,8 °C | Febre ≥ 37,5 °C |
Retal | Febre ≥ 38,0 °C | Mantido |
Oral/Timpânica | Febre ≥ 37,8–38 °C | Mantido |
A nova classificação da febre infantil pela Sociedade Brasileira de Pediatria representa um importante avanço para a precocidade diagnóstica e segurança clínica na pediatria. Ao considerar febre a partir de 37,5 °C, a entidade visa diminuir a subestimação de infecções e reforçar o papel da avaliação clínica cuidadosa, além de unificar critérios entre profissionais e orientar melhor os cuidadores.
Fontes: SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria



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