Arqueólogos desenterram raro "Livro dos Mortos" de 3.500 anos em cemitério intacto no Egito
- thacianamariani

- 5 de ago.
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Papirus de 13 a 15 metros contendo cláusulas funerárias foi encontrado em túmulo de oficiais do Novo Império em Tuna al‑Gebel, auxiliando a compreender rituais antigos e crenças sobre a vida após a morte.

Arqueólogos egípcios revelaram a descoberta de um cemitério excepcional, com cerca de 3.500 anos de idade, situado na região central de Tuna al‑Gebel. Entre múmias, sarcófagos, estátuas e amuletos, foi localizado um papiro extraordinário, um exemplar do Livro dos Mortos, composto por feitiços destinados a acompanhar o falecido na jornada após a morte. A peça, excepcionalmente bem preservada, acrescenta uma nova dimensão ao entendimento das práticas funerárias do Novo Império.
Detalhes da descoberta:
O cemitério data do período do Novo Império Egípcio (1550–1070 a.C.), dedicado a altos funcionários e sacerdotes, incluindo possíveis músicos e supervisores templários.
O papiro mede entre 13 e 15 metros (43 a 49 pés), contendo feitiços funerários antigos em bom estado de conservação.
É a primeira vez que um exemplar integral é encontrado no local original de sepultamento na área de Al‑Ghuraifa.
Outros achados arqueológicos:
Múmias preservadas dentro de sarcófagos de pedra e madeira, com representações decoradas.
Mais de 25.000 estátuas ushabti, conceituadas para servir o morto na vida após a morte.
Vasos canópicos de alabastro, faiança ou calcário, usados para armazenar órgãos mumificados.
Amuletos e ornamentos variados atribuídos a altos funcionários da época.

Significado do "Livro dos Mortos":
O termo refere-se a uma coletânea de feitiços e fórmulas do Antigo Egito usados para orientar os falecidos em sua travessia pelo submundo até o juízo final.
Também chamado pelo nome original egípcio "Livro da Saída para o Dia", era adaptado para cada indivíduo, quanto maior o prestígio, mais elaborado o rito.
Encontrar um exemplar singular ainda no túmulo original é extremamente raro, o que torna o achado ainda mais notável. Egiptólogos como Lara Weiss afirmam que, se longo e em preservação impecável, trata-se de uma descoberta de peso.
Impacto para a Egyptologia e pesquisa futura:
Este papiro pode conter espécies de feitiços ainda não catalogados, ou versões inéditas de textos clássicos, como o feitiço 125 (pesagem do coração).
O contexto original do túmulo preserva informação essencial que pode revelar perfil do indivíduo enterrado, potencialmente um alto sacerdote ou conselheiro real.
A equipe liderada por Mostafa Waziri, do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, continua trabalhando desde 2017 no local e esse achado é apenas parte de uma série de revelações arqueológicas.
Depoimentos:
Mostafa Waziri declarou que o papiro está em excelente estado e ressaltou que o contexto original torna-o valioso para interpretações históricas.
A especialista Lara Weiss, do Museu Roemer e Pelizaeus, afirmou: “Se for realmente tão longo e estiver bem preservado, é certamente uma descoberta grande e interessante.”
Essa descoberta reforça a riqueza cultural e técnica da civilização egípcia. O papiro, ainda no seu lugar de descanso original, oferece uma janela artesanal para rituais e crenças que moldavam o universo espiritual dos antigos egípcios. Espera-se que estudos aprofundados revelem feitiços inéditos, contextos sociais e o papel hierárquico dos indivíduos ali enterrados. A comunidade arqueológica aguarda ansiosa a publicação oficial e a eventual exibição pública dessa relíquia ancestral.
Fonte: Revista Galileu



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