Como foi feito o som dos dinossauros em Jurassic Park?
- thacianamariani
- 15 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de dez. de 2024
Foram criados de maneira altamente criativa e inovadora, utilizando uma combinação de sons de animais reais e efeitos manipulados em estúdios. O responsável pela criação desses sons foi Gary Rydstrom, um dos mais renomados sound designers de Hollywood. Ele usou uma variedade de fontes sonoras para compor os icônicos rugidos e outros sons dos dinossauros. Aqui estão alguns exemplos de como os sons foram feitos:

Rugido da T-Rex
É uma mistura cuidadosamente criada em estúdio. O som foi composto a partir do choro de bebês elefantes, o rosnado de tigres e o gorgolejo de jacarés. Essa combinação resultou em um rugido ameaçador e único, que se tornou um dos sons mais icônicos do cinema.
Para a respiração do Tiranossauro, os criadores usaram o som de água sendo ejetada por baleias, o que conferiu ao dinossauro uma sensação de poder e imponência.

A conversa entre os raptores
As Velociraptors são retratadas como animais extremamente inteligentes, e suas "conversas" foram uma parte essencial para transmitir essa ideia de comunicação entre elas. Para criar os sons dessas interações, Gary Rydstrom, o sound designer do filme, usou uma abordagem bastante criativa: ele gravou os sons de jabutis acasalando. Ele confessou que esse processo foi um tanto "constrangedor", dado o contexto peculiar dos sons produzidos pelos animais durante o acasalamento.
Além disso, para a cena em que uma das Velociraptoras bufa na janela da porta da cozinha, Rydstrom utilizou o som da respiração de um cavalo, o que ajudou a dar uma sensação de proximidade e tensão, reforçando a presença ameaçadora das criaturas. Esses detalhes, combinados com a tecnologia de edição e manipulação sonora.
Quando as Velociraptors caçam o personagem Robert Muldoon em Jurassic Park, Gary Rydstrom usou sons de gansos e outros pássaros para criar a sensação de perseguição e tensão. "Os pássaros fazem sons bem roucos, mas os gansos são famosos por serem os mais desagradáveis", explicou Rydstrom. Esse som ajudou a transmitir a natureza agressiva e inquietante das Raptors, tornando a cena ainda mais aterrorizante.
Para a bebê Velociraptor, o sound designer adotou uma abordagem diferente. Ele usou chiados fofos e sons de filhotes de animais, como corujas e raposas, para criar uma sensação de vulnerabilidade e ternura, contrastando com a agressividade das Raptors adultas. Essa escolha de sons ajudou a dar uma camada emocional ao personagem, tornando-o mais cativante e expressivo.
Outros dinossauros
Para criar o som do bando apressado de Gallimimus, Gary Rydstrom gravou cavalos correndo, o que deu aos dinossauros uma sensação de rapidez e agilidade. Para tornar a experiência mais realista e dinâmica, ele também gravou os sons que uma égua faz quando está no cio, aproveitando essa vocalização para criar os sons dos Gallimimus, especialmente o que é capturado e devorado pelo T. rex. Essa técnica de misturar sons naturais e adaptá-los para representar criaturas extintas foi uma das maneiras criativas que Rydstrom utilizou para dar vida aos dinossauros de maneira única e impactante.
Para criar o som do Brachiosaurus, usou os vocais de burros. Ele explicou que há uma mudança de tom nas vocalizações dos burros que, quando desaceleradas, produzem quase um zumbido ou uma qualidade de canção, que se encaixou bem para representar o grande e imponente Brachiosaurus. Essa abordagem criativa ajudou a transmitir a majestade e a força dessa espécie de dinossauro, criando uma sonoridade única que se destacou nas cenas em que o Brachiosaurus aparece.

Para criar o som da respiração da Triceratops doente ele utilizou um tubo de papelão longo, com uma mola dentro, criando um dispositivo de reverberação. Isso fez com que os sons se tornassem mais esticados, profundos e estranhos, ajudando a transmitir a sensação de sofrimento e imobilidade do dinossauro. Esse recurso técnico foi fundamental para passar a atmosfera angustiante da cena, em que a Triceratops está visivelmente doente e lutando para respirar
Para o Dilophosaurus, quando ele abre o colar em volta do pescoço, o som foi inspirado por cascavéis, o que conferiu ao dinossauro uma sensação ameaçadora e selvagem, semelhante ao som de um animal pronto para atacar. Para outras vocalizações, Rydstrom utilizou uma mistura de sons de cisnes, leões e jacarés.
Essa técnica de misturar sons naturais e adaptá-los para representar criaturas extintas foi uma das maneiras criativas que Rydstrom utilizou para dar vida aos dinossauros de maneira única e impactante.
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